Abrahão de Moraes formou-se em Física na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP (FFCL), em 1938. Foi professor do Departamento de Física da FFCL e da Escola Politécnica da USP até os anos 1960, tendo ministrado cursos de Mecânica Racional, Mecânica Analítica, Mecânica Clássica e Física Matemática. De 1949 a 1952, foi chefe do Departamento de Física da FFCL - USP e, a partir dos anos 1950, ganhou destaque por sua atuação nas áreas da Astronomia e das Ciências Espaciais. Participou da fundação da Associação de Amadores de Astronomia de São Paulo e publicou, em 1955, “A Astronomia no Brasil”, do livro “As ciências no Brasil” de Fernando de Azevedo.
Assumiu a direção do então Instituto Astronômico e Geofísico da USP (IAG - USP), hoje chamado Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, cargo que ocupou de 1955 até seu falecimento em 1970. Na direção do IAG, empenhou-se em torná-lo um instituto de ensino e pesquisa: implementou cooperações científicas, atuou na formação de jovens pesquisadores, montou uma biblioteca especializada e deu início à construção do observatório astronômico de Valinhos, inaugurado em 1972. Foi a partir de sua direção que o IAG começou a se destacar nacional e internacionalmente nas áreas de Astronomia, Astrometria e Astrofísica.
Entre 1959 e 1967, representou o Brasil no comitê técnico da Comissão do Espaço Cósmico da ONU. De 1965 a 1970, presidiu o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CNAE), hoje Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, SP. Pela sua atuação científica recebeu as Palmes Académiques da França, o diploma da National Science Foundation dos Estados Unidos e a Ordem do Mérito Aeronáutico do Brasil. Em sua homenagem, a comunidade astronômica internacional nomeou uma cratera de impacto na Lua “cratera De Moraes” [Latitude 49.5° N, Longitude 143.2° E], com 53 km de diâmetro.
Abrahão de Moraes
Abrahão de Moraes. Fotos do Acervo IFUSP.
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